Comédias de Arthur Azevedo



Espetáculo teatral composto por variadas combinações do repertório de comédias, de costumes de Arthur Azevedo, dentre as quais, O | COMEDIOGRAFO, A PORTA DA BOTICA, COMO EU ME DIVERTI, ENTRE O VERMUTE E A SOPA, UMA NOITE EM CLARO, ENTRE A MISSA E O ALMOÇO, dentre outras, em montagem teatral carnavalizada com as sugestões circenses das comédias populares, para proporcionar a criação de uma ambientação atemporal, criando uma ponte para os dias atuais, estabelecendo o desfile de alguns dos eternos arquétipos da sociedade carioca/brasileira, em forma de alegorias do caráter humano.

"Numa sociedade que tanto se valorizam as aparências, (...) os
fanfarrões, os dilapidadores, os imbecis, os safardanas, os jogadores, os
fracassados ilustres da vida, apesar de terem seus nomes trocados por
nomes falsos ou alegóricos, eram facilmente identificados pelo público
através do evolver da história. Assim foi a comédia de Arthur Azevedo:
retrato alegre da vida fluminense que, pouco à pouco, vai se tornando
cada vez mais século XX carioca".

Antonio Martins de Araújo - Rio de Janeiro, dezembro de 1987.

Os amores, as amizades, os sonhos, desejos, as paixões e os ideais humanos na comédia de costumes de Arthur Azevedo, aparecem condicionados às circunstâncias, ocasiões, oportunidades, interesses e conveniências dos personagens.

A exacerbação carnavalizada do elemento cômico vem para estabelecer uma atualidade explícita da crítica aos valores perenes, cultuados hoje como ontem, sob o manto da modernidade, tirando a comédia de costumes de Arthur Azevedo da moldura de época em que se encontra encerrada, pois trata dos vícios e paixões do homem comum em sua particularidade cotidiana, em sua intimidade coloquial - institucionalizam a dita inclusão dos descriminados, mas a preservam em suas práticas diárias.

"A minha catequese em favor do teatro não é feita para o meu interesse
individual. Trabalho para os outros, para os que agora chegam, para os
que hão de chegar. Deles é que depende o teatro. Eu sou fruit sec.”

Arthur Azevedo - Teatro. RJ. 28 de março 1895.

"O teatro que mais convém aos países novos é o teatro de costumes, e
esses, deixem lá, é o verdadeiro teatro”.

Arthur Azevedo - Palestra: O País, RJ, 24 de julho de 1895.

"O seu pendor pela peça curta é inegável e ninguém o excedeu no seu
tempo, na argúcia da observação dos costumes, na apreciação das
mazelas da sociedade, no instantâneo das misérias do nosso espírito
burguês do último quartel do século passado e primeiros anos deste
século. Era mesmo o de que gostava:”

Para uma poética de Arthur Azevedo - Antonio Martins.

... "interessar o público e alegrá-lo, o que é mais difícil que aborrecê-lo.
Pois essa gente que morre ou finge morrer de amores pelas comédias
mal feitas pode lá perdoar a um autor que sabe fazer com que os
personagens entrem e saiam?"

Arthur Azevedo

“Pelo talento de espalhar a alegria e a felicidade à sua volta; pelas lutas
que enfrentou em favor de melhores condições de trabalho para nosso
artistas, pelo respeito que sempre devotou a seu público, pela felicidade
aos postulados da liberdade e da coisa pública, pelas campanhas que
liderou em favor de nossa terra e nossa gente, por todo esse precioso
legado artístico que nos deixou, A.A. se coloca como um dos maiores
nomes da inteligência nacional de todos os tempos.”

Antonio Martins de Araújo - Rio de janeiro, junho de 1984.

O Projeto CLÁSSICOS DO TEATRO proporciona a iniciação, o desenvolvimento e o aprofundamento artístico, filosófico e cultural através do estudo cênico, montagem e apresentação de obras clássicas do teatro universal, criando um acesso aos valores contidos na ação de seus personagens e às tramas que tecem a civilização - com as atividades do curso de interpretação, com a encenação dos clássicos do teatro universal e a construção do repertório.


Breve Biografia



Arthur Azevedo - São Luiz 1855 - 1908 Rio de Janeiro
Nascido em São Luís do Maranhão, aos 15 anos escreveu Amor por Anexins. Começou na infância a sua atividade teatral, inicialmente, brincando com adaptações de autores como Joaquim Manoel de Macedo, logo em seguida passou a escrever as peças que representava.

No teatro foi o continuador de Martins Pena e de França Júnior. Suas comédias fixaram aspectos da vida e da sociedade carioca. Nelas teremos sempre um documentário sobre a evolução da então capital brasileira. Teve em vida cerca de uma centena de peças de vários gêneros e extensão (e mais trinta traduções e adaptações livres de peças francesas) encenadas em palcos nacionais e portugueses. Ainda hoje continua vivo como a mais permanente e expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos, através de peças como A jóia, A capital federal, A almanarra, O mambembe, e outras.

Em 1873, aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro onde iniciou à sua extensa e bem sucedida carreira jornalística. Juntamente com o seu irmão Aluízio Azevedo integrou o grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira n. 29, que tem como patrono Martins Pena.

Dentre as causas que abraçou, a defesa da abolição da escravatura foi uma arrebatadora paixão que manifestou em inúmeros artigos jornalísticos, cenas de teatro de revista e em peças dramáticas; a construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro se deve à obstinada campanha que empreendeu ao longo de três décadas.

Escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve, sucessivamente, em O País ("A Palestra"), no Diário de Notícias ("De Palanque"), em AÀA Notícia (o folhetim "O Teatro"). Multiplicava-se em pseudônimos: Elói o herói, Gavroche, Petrônio, Cosimo, Juvenal, Dorante, Frivolino, Batista o trocista, e outros. A partir de 1879 dirigiu, com Lopes Cardoso, a Revista do Teatro.

Em sua vasta obra, além de inúmeras peças teatrais, dentre as quais, peças anuais de teatro de revista (tendo sido um dos principais autores da primeira fase deste gênero) encontram-se os títulos: Carapuças, poesia (1871); Sonetos (1876); Um dia de finados, sátira (1877); Contos possíveis (1889); Contos fora da moda (1894); Contos efêmeros (1897); Contos em verso (1898); Rimas, poesia (1909); Contos cariocas (1928); Vida alheia (1929); Histórias brejeiras, seleção e prefácio de R. Magalhães Júnior (1962); Contos (1973).

TEATRO: Amor por anexins (1872); A filha de Maria Angu (1876); Uma véspera de reis (1876); Jóia (1879); O escravocrata, em colaboração com Urbano Duarte (1884); A almanarra (1888); A capital federal (1897); O retrato a óleo (1902); O dote (1907); O oráculo (1956); Teatro (1983).

Revistas: O Rio de Janeiro em 1877 (com Lino d'Assumpção - 1877); Tal Qual Como Lá (com França Júnior - 1879, não encenada), O Mandarim (com Moreira Sampaio - 1883); Cocota (com Moreira Sampaio - 1884/1887); O Bilontra (com Moreira Sampaio - 1884/1887); O Carioca (com Moreira Sampaio - 1884/1887); O Mercúrio e o Homem (com Moreira Sampaio - 1884/1887); Fritrmac (com Aluísio de Azevedo - 1888); A República (com Aluísio de Azevedo - 1889), proibida pela censura; Viagem ao Parnaso (1890); O Tribofe (1891); O Major (1894); À Fantasia (1895); O Jagunço (1897); Gavroche (1898); Comeu! (1901); Guanabara (com Gastão Bousquet - 1905) e O Ano Que Passa (1907) não encenada, publicada como folhetim.

Fonte: biblio.com.br
Biografia cedida pela Academia Brasileira de Letras


Homenagem - Centenário de Arthur Azevedo - 2008


O DIA - CADERNO D - 28/07/2008

ARTHUR AZEVEDO EM CENA
O centenário da morte do escritor Arthur Azevedo será
lembrado hoje no 19º Salão Carioca de Humor. A partir
das 20h, o ator e diretor Mariozinho Telles comanda leitu-
ras de comédias escritas pelo autor, como “Entre o Vermu-
te e a Sopa' (1884) e "Como Que Me Diverti! (1894), com a
participação dos alunos do Curso Clássico de Teatro. Nas-
cido no Maranhão em 1855, Arthur Azevedo desembarcou
no Rio de Janeiro em 1883 e consolidou a comédia de cos-
tumes brasileira, dando continuidade à obra de Martins Pe-
na. O Salão segue com suas atividades na Casa de Cultura
Laura Alvim, em Ipanema, até quinta-feira. Na exposição
estão caricaturas de personalidades como Pedro Cardoso,
feita por Baptistão, cartuns e charges de artistas de todo
o País. Avenida Vieira Souto 176 (2267-1647). Grátis.

Direção: MARIOZINHO TELLES
Assistência de Direção: MARIA RITA REZENDE

Elenco:
FELIPE GARCEZ, PRISCILA JANNUZZI, MALU COSTA, ALEXANDRE FRANÇA, BELISA TAAM, LUCIA RIBEIRO, LUCAS XAVIER, LUCAS RIBEIRO, CLAUDIA MERLO CABRAL e CARLOS LIMA

DIA:
Segunda feira, 28 de julho de 2008.

LOCAL:
XIX SALÃO CARIOCA DE HUMOR CASA DE CULTURA LAURA ALVIM Espaço Rogério Cardoso - Capacidade 70 lugares Av. Vieira Souto, 176. Ihbanema. Rio de Janeiro. RJ.

HORA: 20h00min
Classificação: LIVRE

ENTRADA FRANCA

REALIZAÇÃO:
TEATRO DE RODA
Maria Rita Rezende
http://teatroderoda.org